12 fatores para o crescimento de um confeiteiro
Depois de um dia cheio de trabalho, daqueles que a gente olha pra trás e a satisfação compensa todo o cansaço, eu me peguei refletindo sobre uns pontos. Alguns fatores que contribuem para o crescimento profissional e humano do confeiteiro. Fiz uma lista e cheguei nesses 12. Alguns deles são perfeitamente aplicáveis para qualquer profissão.
Amor: Se não suporta a “chatice” da precisão de graus Celsius, gramas e mls, corra pra longe da confeitaria. É preciso amar o que faz “como se não houvesse amanhã”. Boa parte da recompensa pelo trabalho tem base nisso. Realizar um trabalho exclusivamente por dinheiro pode acabar te fazendo viver menos ou com menos qualidade. Ao sair de onde você trabalha, confira se te faz feliz pelo repouso e lazer que te aguardam e não o fato de ficar “livre” da rotina do trabalho. Linhas de expressão virão na vida; que sejam de sorrir, não de franzir a testa.
Asseio: Na área prática da gastronomia, não podemos esquecer que, antes de tudo, nosso trabalho é comida. Antes de nossas sobremesas serem peças de arte, antes de serem objetos de desejo e quaisquer outras coisas que podem vir a serem consideradas, elas são comidas. O asseio é a limpeza e a sanitização dos ingredientes, estoque, ferramentas, área de trabalho e do manipulador. É um ato de responsabilidade trabalhar sempre sob condições propícias. Inclusive, para quem não sabe, o asseio permite que os produtos tenham mais vida útil, uma vez que a ação de microrganismos é menor. Esse fator também reduz a possibilidade de DTA (doenças transmitidas por alimento).
Atitude: Tomar iniciativas para seguir seus sonhos face às dificuldades. Procurar soluções para problemas e agir ativamente para que sejam resolvidos. Lamentar é uma reação emocional, não precisa fingir não estar abalado com algo, mas isso não pode ser impedimento para seguir em frente! Você vai conseguir muito mais ajuda e parceiros ao demonstrar vontade e competência.
Caridade: Agregar propósito é uma proposta muito válida. Sugiro, mesmo que seja de forma mínima, fazer uma atitude com periodicidade regular para ajudar alguém. Uma comunidade, uma ONG etc. Vivemos num mundo com muita ambição e poucos abraços.
La Petite Casserole
Diálogo: Permita-se ouvir, busque retorno de suas ações. Questione, proponha, seja acessível. Através do diálogo, erros são corrigidos ou mesmo até evitados. Faça o diálogo entre a confeitaria e outras áreas! Daí novos mercados podem surgir para você. Sobremesas sem glúten e lactose ou para outras restrições alimentares, sobremesas para acompanhar cafés (daí vender para cafeterias), sobremesas para quem é atleta, sobremesas veganas…
Estudo: Estudar sempre enriquece. Ler nos dá base para ir mais longe e diminui aquilo do “tentativa x erro”. Estudar vai além de ler livros e fazer cursos técnicos e superiores em confeitaria. Estude outro idioma, estude cultura, história. Uma vez, no ensino médio, me perguntei: “Aminoácidos? Para que eu quero saber disso na minha vida?” A vida me levou para a gastronomia e eu precisei dessas informações. Reserve um tempo para leitura, discipline-se.
Organização: Muitos trabalhos de confeitaria têm várias etapas. Tudo fica mais prático, sendo organizado. Usa-se menos recursos como espaço e tempo. Reduz-se o desperdício e ainda atribui credibilidade. Organização sem se esquecer da simplicidade; não adianta ser burocrático a ponto de dificultar os processos do trabalho. Organização vai andar de mãos dadas com todos os fatores.
Paciência: “Quem tem pressa é você, não a comida”, já dizia uma professora minha de gastronomia. Alguns processos acontecem lentamente: fermentação, descanso de massas, entre outros tantos na confeitaria e na panificação. Não adianta querer pegar “o atalho”. No ramo da pâtisserie, em meio a planos, metas e obrigações, podemos acabar muito ansiosos. “Calma, cocada!” Seja prático, espere o tempo das coisas e ocupe-se com algo produtivo no lugar de ceder seu tempo à pressa ou desespero.
Planejamento: Onde você quer chegar? O que precisa ser feito? Essas e outras perguntas sempre surgem (como, quem, quando), esta é a hora de planificar num papel ponto a ponto, estabelecer metas e aplicá-las à vida prática. Desejo, boa vontade e coragem precisam da ajuda do planejamento para que as coisas aconteçam. É aquilo de “dar uma ajudinha para a sorte”.
Respeito: Valor primário para o ser humano! Respeitar o próximo, o meio ambiente, a si mesmo. Agir com bom senso e educação. Repense a prática de uso de descartáveis (como sacos de confeitar), repense o consumo de água. Reduza a prática de consumo de gorduras e açúcares. Diminua o uso de aditivos artificiais (como corantes). Respeite seus limites, tem que ter horário para parar também. Reflita sobre suas atitudes e no que elas resultam.
Ser grato: Pratique gratidão. Isso vai além de dizer “obrigado”. Ajude pessoas, aperte a mão olhando nos olhos, responda “bom dia pra você também!”. Seja o melhor você para quem surgir na sua vida. A gratidão, além de abrir portas, as mantém abertas para você.
Buquê de Cupcakes
Ter sonhos de todos os tamanhos: Sonhe pequeno, sonhe médio e sonhe grande. Viva as pequenas cosias da vida, permita-se desafios fáceis e com o tempo você vai conseguindo os mais difíceis. Dê valor a uma mesa posta em casa, a um jantar num final de semana e à celebração de formatura, com base na sua personalidade e no que você quer para a vida.