Andar de Bicicleta – Brastemp e Finish
Bicicleta sempre foi minha grande paixão desde criança. Eu sempre fui uma molecona. Nada daquelas meninas arrumadinhas e embonecadas de mamãe. Não que a minha não quisesse isso. Muito pelo contrário. Ela nunca perdia uma oportunidade sequer de me colocar em um vestido e enfiar uma tiara na minha cabeça. Eu odiava usar tiara, doía atrás da orelha. Sempre tirava aquilo antes mesmo de entrar no carro.
Eu sou a irmã mais nova de 5 filhos. Só que eu sou bem mais nova mesmo. Sou temporã como as pessoas costumam dizer. Pra você ter uma ideia, a minha irmã mais nova depois de mim, tem 16 anos a mais do que eu. Então, eu acabei virando tia muito cedo. Só que quase todos os meus sobrinhos têm praticamente a minha idade. E de um total de 8 sobrinhos, eu só tenho uma sobrinha, que também sempre foi bem moleca.
E daí que vocês podem imaginar o quanto a gente aprontava juntos. Praticamente um bando de moleques correndo de um lado pro outro, brincando de piqui-pega, andando de bicicleta e de skate. E eu me lembro muito bem a vez que meu pai resolveu tirar as rodinhas de trás da minha Caloi branca, já destruída. Os meus dois sobrinhos mais velhos que eu (sim, eu tenho sobrinhos mais velhos) já tinham tirado as rodinhas de trás e eu estava louca pra acompanhar. E malandra do jeito que sou, não quis apenas tirar as rodinhas. Meu pai tirou as rodinhas e eu fui fazer o mesmo caminho que sempre fiz quando as rodinhas ainda estavam lá. Descia pela rampa de casa, virava furiosamente à esquerda e saia pedalando em direção à entrada da chácara, ao longo dos pés de café. Sempre fiz o mesmo caminho, e teimosa do jeito que sou, é claro que iria conseguir. Você que está aí lendo sabe que não rolou né? Caí de joelhos bem no início da rampa e fui raspando até o final dela. Ficou em carne viva. E esse foi um dos meus maiores trunfos e uma das histórias mais legais que eu já tinha para contar pra toda a família e amigos desde os 4, 5 anos (nunca lembro a idade certa de nada), mas acho que estava no pré. Ao longo dos anos aquela mancha/marca/cicatriz gigante foi subindo conforme eu crescia, depois diminuindo de tamanho e hoje em dia eu acho que ela nem existe mais. Mas ficou sendo uma grande companheira minha durante alguns anos e eu adorava contar aquela história pra todo mundo que me perguntasse sobre ela. Depois vieram outras cicatrizes, do skate, do patins e até de um sofá-cama bizarro que minha mãe tinha em casa (essa eu tenho até hoje). E ainda hoje eu sou apaixonada por cicatrizes. Elas fazem lembrar coisas que a gente viveu, e como a minha memória sempre foi ruim, eu gosto muito disso.
Depois eu cresci e por muito tempo fiquei sem andar de bicicleta. Antes de ir para Paris, comprei uma dobrável que não era muito prática e me causou mais uma cicatriz, que curiosamente logo sumiu. Em Paris eu comprei uma que amei, com freio no pé. Amo esse tipo de bicicleta. Mas acabei vendendo antes de voltar. Agora eu divido a bike com o Paulo, eu ando um pouco na dele, ele vai de patins ou skate e a gente vai revezando até eu comprar uma novamente.
E nós estávamos sem tempo de andar de bicicleta, mas ganhamos uma lava louça linda e enorme da Brastemp e de Finish e agora eu posso aproveitar novamente essa minha tão amada e companheira de infância. Ahhhhh como eu amo andar de bicicleta e me sentir livre e viva!
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