Benefícios do Vinho à saúde
Já falei em outros posts (na verdade acho que ressalto isso em todos os meus textos… rsrsrs) sobre os benefícios sociais do vinho.Unir amigos, se divertir, descobrir novos aromas e sabores, aprender sobre diversos assuntos de forma agradável, etc… Hoje resolvi fazer algo um pouco mais “científico” visto que sempre leio muitas bobagens espalhadas pela internet quanto à capacidade de vários alimentos em “curar” doenças, até mesmo o câncer. Hoje, guardei um pouquinho meu lado enofílico e deixei o lado pesquisadora aflorar… Dessa forma, fiz um breve (brevíssimo na verdade) levantamento bibliográfico em uma das melhores bases de dados científicos do mundo (o PubMed) para falar um pouquinho dos benefícios dessa bebida tão interessante, apaixonante, deliciosa e saudável.
Só para constar, ao escrever as palavras ‘wine and health’ (vinho e saúde), apareceram 2278 artigos referentes a pesquisas nessa área, sendo o mais atual desses publicado no mês de abril desse ano (2014) e o mais antigo publicado em 1948, ou seja, o vinho tem sim importância científica, mas no meio científico esse número é considerado bem pequeno, então há muito ainda a ser estudado!
fotos: Wine Wallpapers HD
Dentre os artigos que selecionei, um dos que mais me chamou a atenção foi do pesquisador O’Keefe JH, cujo título era: O álcool e a saúde cardiovascular: a dose faz o veneno… ou o remédio! Perfeito, né? Sim, o vinho contém propriedades superimportantes para a saúde, mas tomar pequenas doses diárias tem efeito oposto aos do alcoolismo! A dose “permitida” e compreendida como terapêutica e preventiva seria o equivalente a uma taça por dia para as mulheres, e duas taças por dia para os homens (lembrem-se que a taça não é até a boca, e sim pouco mais que metade dela). Comprovadamente o vinho tem capacidade de diminuir doenças da artéria coronária, diabete mellitus, insuficiência cardíaca congestiva e AVC (acidente vascular cerebral). No entanto, seu consumo excessivo está intimamente associado a doenças cardíacas e alguns tipos de câncer, como os do trato gastrointestinal e hepático.
As propriedades positivas dos vinhos se devem à presença de um grupo de componentes denominados flavonoides, que são produzidos pelos vegetais a fim de se protegerem contra ataques de microrganismos. Para nós humanos, os flavonoides atuam como antioxidantes e anti-inflamatórios, aumentam a eficiência do nosso sistema imunológico ajudando a combater infecções por vírus e bactérias, além de nos proteger contra doenças degenerativas como as cardio-vasculares, cânceres e demais doenças associadas à idade, até mesmo Alzheimer.
No caso específico das uvas, elas apresentam não somente flavonoides, mas em sua casca e sementes também são encontrados outros grupos com potencial preventivo para saúde humana, tais como carotenoides e melatonina. Em conjunto, esses fitoquímicos (componentes químicos produzidos por vegetais) além dos efeitos anteriormente citados (antioxidante, anticâncer, anti-inflamatório), também estão associados à oxidação do colesterol LDL (o colesterol ruim), proteção do coração, dos sistemas nervoso e hepático, assim como diminuição do declínio cognitivo relacionado à idade (demência associada à idade).
Acredito que você já tenha ouvido falar do principal flavonoide da uva: o famoso Resveratrol ou RSV. Além de todos os “poderes” preventivos já citados dos flavonoides, o RSV apresenta ainda a capacidade de diminuir e prevenir a osteoporose por favorecer a osteogênese (formação de ossos), e o melhor de todos: diminui a adipogênese (formação de gordura!!!!). Além disso, dentre os flavonóides estudados, o RSV parece apresentar a melhor atividade anti-câncer de todos eles… Lembrando que quanto mais escura a casca da uva, mais resveratrol ela possui, então os vinhos tintos têm maiores propriedades benéficas à nossa saúde!
Acredito que esse artigo lhe anime ainda mais a se inserir no mundo dos vinhos, mas lembre-se: sempre de forma moderada… Afinal, segundo o próprio autor que citei: a dose faz o veneno… ou o remédio!
Saúde!