Walking with dogs
Dar uma volta por Montmartre é se desligar de tudo e de todos e se conectar consigo mesma. Há muitos anos eu tenho 2 gatos persas lindos, uma gatinha chamada Beluga e um gato chamado Melk (se fala melék, que é leite em holandês). Quem tem gato sabe o quanto eles são amorosos e adoram estar pertinho, isso de dizer que gato não está nem aí para o dono é uma grande falácia. Eles sempre atrapalham o seu trabalho, sobem em cima do computador e fazem você parar tudo que está fazendo para fazer carinho e dar atenção para eles, depois eles desencanam e voltam a dormir. Os meus gatos são muito calmos e além de comida e carinho eles não esperam muito de mim.
Infelizmente, quando vim morar em Paris, tive que deixá-los com a minha sogra, pois como eles são muito frágeis e gordos, eles teriam que vir na parte de bagagem e eu fiquei com medo, principalmente da Beluga, que é mais sensível, de não aguentarem a viagem. Por isso resolvi deixá-los em boas mãos até o nosso regresso.
No entanto, eu sempre fui afixionada por animais e passeando de vez em quando pelas ruas de Montmartre (bairro onde moro em Paris) sempre vi alguns bulldogs franceses e comecei a me apaixonar pela carinha de bravo deles.
Até que no mês passado eu e o Paulo resolvemos comprar um e acabamos ganhando um segundo de uma criadora que viu o Don em um dos meus programas e soube que eu gostava. Ela me deu o Bo-Boy. Bom, a partir dai as nossas vidas mudaram e para melhor.
Normalmente, começávamos a trabalhar logo que acordávamos, checando e-mails e o facebook e por aí continuávamos até a hora de dormir. Com a chegada dos dois bebês isso mudou bastante. Lemos um livro sobre cachorros, de um mexicano (encantador de cachorros) e começamos a fazer o que ele mandava.
Assim, acordamos, damos uma volta com os cachorros, damos comida, e daí mais uma voltinha para eles irem “ao banheiro”, na hora do almoço e à noite se repete a mesma jornada. E pela primeira vez, “forçadamente” por conta dos cachorros eu percebi que estava tendo um tempo pra mim e não para eles. Um tempo que faz a gente refletir sobre nós mesmos, olhar ao redor, ter novas ideias, arejar a cabeça, se divertir, se permitir ter menos problemas, se permitir conversar com estranhos na rua, ver pessoas tristes que ao abraçarem seu cãozinho se sentem as pessoas mais felizes do mundo e te dizem que o dia delas melhorou naquele instante.
Ter um cãozinho faz toda a diferença do mundo, muda a sua vida e a das pessoas ao seu redor. Te faz ser uma pessoa mais leve, mais humana e melhor.
Se eu soubesse disso já teria adotado os meus filhos há muito tempo. Então para todos que tem um animalzinho amado assim eu mando um beijo no coração de vocês. Para os que não tem e que tenham a oportunidade de poder cuidar de um, eu deixo o meu recado: adotem! Vocês vão ver como a vida de vocês vai mudar para muito melhor, até mais responsável eu fiquei, até acordar na hora de sair com eles eu acordo (quer dizer eu tento, mas eles acabam me acordando ;D), é muita felicidade!
E poder ter esse tempo de sair um pouco da frente do computador e poder refletir sobre os próximos passos a tomar é algo que não dá pra fazer preso em casa.
Se quiser ver mais como é gostoso, segue aqui um vídeo que eu fiz com meus dois cachorrinhos muito lindos passeando em Montmartre.
Beijocas