FAQ: Respondendo as dúvidas sobre San Blas | Kuna Yala
Realmente não faltou assunto sobre Kuna Yala, né? Apesar de já ter subido vários posts aqui no site, ainda restaram algumas dúvidas que vocês deixaram lá no meu instagram. Selecionei algumas das perguntas mais frequentes por lá e respondi com o máximo de detalhes possíveis aqui!
Você foi para San Blas ou Kuna Yala?
É o mesmo lugar, haha 😉 San Blas é o nome que os europeus e turistas deram para a região, mas o nome verdadeiro, dado pelos próprios habitantes, é Kuna Yala que significa Terra Kuna. Para quem quiser entender mais sobre a cultura kuna é só clicar aqui 😉
Qual é o período indicado para viajar?
Lá é basicamente como na Amazônia: existe o período de chuvas e o período de seca. Obviamente, a época “sem chuvas” é a mais indicada – entre dezembro e março. Os meses mais chuvosos são outubro e novembro, então é melhor evitar marcar a viagem nessas datas.
Infelizmente não é garantia que o tempo estará firme mesmo na alta temporada. Isso porque Kuna Yala fica no meio do oceano e as chuvas são inevitáveis. Nós, que fomos em janeiro, pegamos chuva praticamente todos os dias (4 dos 6).
Qual é a moeda usada por lá?
É tudo em dólar (EUA) e isso vale até mesmo para a Cidade do Panamá. Apesar de no país também circular a moeda Balboa, todos os lugares que fomos aceitavam dólar.
Tem que tomar alguma vacina antes de ir?
Tem que tomar a vacina para febre amarela, mas a carteira internacional de vacinação não foi solicitada nem no aeroporto aqui do Brasil, nem no do Panamá. Eu e o Paulo já tínhamos tomado a vacina para ir à Amazônia, mas mesmo assim ninguém pediu nada.
Média de preço da viagem?
Como na maior parte das viagens, isso varia bastante. Lá você pode acampar em uma ilha (o preço varia de 10 a 30 dólares por dia/pessoa) ou, em algumas poucas ilhas, também dá para ficar em cabanas bem simples e rústicas (50 e 70 dólares por dia/pessoa). Sei que em Chicheme Grande e Banedup essa possibilidade de hospedagem existe, mas também deixei listado nesse post algumas outras ilhas que possuem cabanas.
As pessoas que ficam nas cabanas ou acampadas precisam pensar nos gastos com comida e transporte. A alimentação não é muito cara, afinal, lá você consegue comprar peixes grandes dos próprios kunas por 10 dólares e outros frutos do mar, como lagostas, por 20 dólares. Aí você tem a opção tanto de preparar você mesmo como pedir para que uma família kuna prepare para você, o que sai 5 dólares por pessoa (peixe + arroz como acompanhamento).
Já o transporte de uma ilha para outra varia entre 50 e 70 dólares por pessoa para ir em uma canoa kuna bem simples.
Existe também a opção dos veleiros e catamarãs. Os custos das diárias dos veleiros são os mais flexíveis, afinal, você pode escolher ficar em alguns enormes ou optar por um modelo mais simples com um só quarto, por exemplo. Nesse que nós ficamos, caberiam 4 pessoas + 1 criança – isso além do capitão (nesse caso o Italo) e o marinheiro (nesse caso a Francesca). Esse valor já inclui tudo: hospedagem, alimentação (refeições e lanches) com bebida (até alcoólica) e passeios.
O preço médio dos veleiros por pessoa alternam entre 200 e 400 dólares, mas é claro que existem opções muito mais luxuosas. Os barcos com mais de 14 m², por exemplo, já são categorizados como de luxo e o valor é realmente BEM mais alto. Para saber mais sobre os veleiros é só clicar aqui.
Como funciona o agendamento dos passeios?
Se você quiser ir no mesmo barco que a gente, pode entrar em contato diretamente com o Italo pelo instagram (@italomattei). Não deixe de avisar que veio por nossa indicação, tá?
Existem também algumas empresas especializadas na locação de veleiros na região, então, vale a pena pesquisar barcos pelos sites. Nós mesmos fizemos todas as nossas reservas pelo Life Sailing Experience que tem toda a curadoria feita pela Marina, uma espanhola muito simpática e que conhece todos os barcos da área. Ela consegue te ajudar a programar tudo, desde o trajeto para Kuna Yala até a escolha do veleiro.
Aah, no site dela também tem opções de veleiros nesse mesmo esquema em outras partes do mundo, como Paraty e Ilhas Baleares – inclusive acho que ficar em um veleiro passeando por Mallorca e Menorca deve ser inesquecível! Também não deixe de comentar que conheceu o site por nossa recomendação 😉
Voltando para San Blas, existem alguns outros sites que fazem esse mesmo trabalho de “catálogo” de barcos na região como o Ocean Trips, o I Travel by Boat e o San Blas Sailing – esse último só trabalha com veleiros exclusivos. Para quem quiser saber mais sobre o assunto, vale a pena dar uma olhadinha nesse post no qual explico como funciona toda a organização da viagem.
Como funciona o trajeto até lá?
A primeira parte é chegar até a Cidade do Panamá. Existem voos diretos de São Paulo – que inclusive foi o que pegamos – e o trajeto dura em torno de 6h. Caso seja um voo diurno, você precisará passar ao menos uma noite na capital panamenha antes de pegar a estrada para Kuna Yala.
Isso porque a fronteira dos kunas fecha às 10h e, como o caminho da Cidade do Panamá até lá dura umas 2 horas, você precisará sair bem cedo do hotel. Esse trajeto pode ser feito tanto com um carro alugado por lá, como com um transfer. A Judy (+507 6706 -2810) faz esse trabalho e você já pode deixar combinado do transfer te pegar no hotel. O custo varia entre 50 e 70 dólares por pessoa, mas acho que vale bastante a pena considerando que se você for de carro terá que pagar o aluguel de todos os dias com ele parado enquanto está nas ilhas.
Mesmo assim, caso queira ir com o seu próprio carro, você precisará de um 4×4. A estrada antigamente não era asfaltada e, ainda hoje, pode alagar em alguns pontos. Por isso os kunas só deixam entrar esse tipo de veículo na estrada.
Chegando na fronteira você terá que pagar uma taxa de 20 dólares por pessoa para entrar em território kuna + 5 dólares por carro. O estacionamento é realmente bem seguro, podem confiar 😉
Da fronteira até o porto você precisará de um transfer. Nós agendamos com a própria Judy e foi bem tranquilo. Nós levamos pouco mais de meia hora até o porto, mas isso porque não pegamos nada de trânsito. Esse caminho, em alta temporada, pode ficar bem engarrafado e pode demorar até mesmo 1h30.
Do porto você irá pegar um barquinho kuna (25 dólares por pessoa) até o seu veleiro ou ilha onde irá acampar /ficar hospedado. O tempo de trajeto varia dependendo do local onde irá ficar, mas no nosso caso foram 40 minutos.
Qual é o melhor lugar para ficar que dê para aproveitar sem precisar ficar se deslocando?
Olha, o grande diferencial de Kuna Yala é a possibilidade de conhecer várias ilhas diferentes e realmente ficar indo de uma para outra. Isso porque a maior parte das ilhas são bem pequenas e é difícil ficar uma semana em um só lugar, né?
No entanto, caso você tenha pouco tempo ou não queira ficar indo de um lugar para o outro, a região de Banedup, também conhecida como Cayo Lemon, é uma boa alternativa. Banedup é uma ilha com um pouco mais de infraestrutura, fica relativamente perto do porto e tem algumas ilhas lindas próximas. Fiz até um post mais completo sobre a região e se quiser conferir é só clicar aqui!
Vocês ficaram o tempo todo indo de uma ilha para outra?
A região possui 360 ilhas então é impossível conhecer todas. Nós não fomos com nenhuma expectativa e, mesmo assim, vistamos umas 10/12 ilhas em 6 dias de viagem.
No geral, nós migrávamos de uma ilha para outra apenas uma vez por dia, por volta das 11h. Acabávamos conhecendo uma ou outra ilha pelo caminho e, às vezes, o nosso destino era um complexo com várias ilhas, como foi o caso de Coco Bandero.
Acho que para quem vai ficar em veleiro como a gente, não vale a pena ficar só em uma ilha, né? Apesar de muito parecidas, cada uma tem as suas especificidades como o mar cheio de estrelas de Cambombia. Apesar da vontade de conhecer lugares mais afastados e diferentes, nós não recomendamos que passe a maior parte do tempo velejando, né? Migrar uma vez ao dia é uma boa pedida 😉
Quantos dias vocês ficaram por lá? Não ficaram entediados?
Nós ficamos 6 dias e, não, nós não ficamos entediados. Eu e o Paulo fomos para lá de férias e nosso objetivo era realmente relaxar! Como muitos de vocês sabem, a gente curte lugares mais calmos e vazios, então, Kuna Yala foi o destino perfeito.
Agora, se você é do tipo que gosta de ir pra praia para comer em ótimos restaurantes ou adora baladinhas, esse pode ser realmente um lugar entediante sob o seu ponto de vista. O único lugar mais agitado que sempre rola música é a ilha de Chicheme – para saber mais é só clicar aqui.
Ficar vários dias em um barco não dá náuseas?
Acho que isso varia bastante de pessoa para pessoa, mas nós não tivemos nenhum problema nesse sentido. A única coisa que eu não conseguia fazer era cozinhar em mar aberto como a Francesca vazia. No entanto, quando o valeiro parava próximo das ilhas, onde o mar é bem calminho, para nós era realmente bem tranquilo, principalmente para dormir.
O Italo inclusive nos disse que essa sensação de mal estar é do organismo de cada pessoa e, se você tiver esse problema, não adianta nem tentar ficar mais dias no mar achando que o corpo vai se acostumar.
Como funciona a alimentação no barco?
São os próprios marinheiros que fazem a comida e na hora de alugar o barco você já pode deixar especificado o que não come ou se tem alguma alergia. Caso fique em cabanas ou acampado é aquilo que tinha comentado no começo do post: 10 dólares por peixe ou 20 dólares por lagosta + 5 dólares para que os kunas preparem e sirvam com uma porção de arroz.
Vale lembrar que a base da alimentação por lá é frutos do mar, arroz e coco. Só isso. Caso queira outros alimentos, combine com o capitão do veleiro o que irá precisar ou leve você mesmo da Cidade do Panamá.
Eu mesma levei alguns grãos e docinhos na mala, mas me arrependi de não ter levado frutas, legumes e verduras, porque lá realmente não tem nada disso.
Como é a estrutura das ilhas?
A imensa maioria das ilhas não possui estrutura alguma. sério. Das que passamos, só Banedup e Chicheme tinham algumas lojinhas que vendiam cervejas, por exemplo. Mas banheiro e tudo mais, só no veleiro.
As coisas por lá são caras?
Essa parte de valores é bem relativa, mas é mais ou menos aquilo que tinha comentado no início do post. Dificilmente você vai gastar apenas 15 dólares por dia com alimentação em algum outro lugar mundo, né? Lá isso é possível e por isso acho um preço justo. Já quanto às comprinhas, em Kuna Yala só dá para comprar as molas e os winis (já falei sobre as peças nesse post).
O preço das molas varia conforme quantidade de tecidos/telas usados. As mais simples, com 3 telas, custam em média 30 dólares. Já as mais coloridas, com mais camadas de telas, podem chegar até 60 dólares.
As pulseiras winis ficam entre 10 e 20 dólares. Isso porque existem peças mais largas e com mais cores. Para entender mais sobre isso, vale a pena dar uma olhada no vídeo de comprinhas do Panamá que já está lá no canal 😉
Dá para fazer mergulho de cilindro?
Kitesurf e mergulho de cilindro são proibidos por lá – tanto que nenhum veleiro oferece essa possibilidade. Aah, e caso peguem alguém praticando alguma dessas atividades, é cobrada uma multa.
Tem praia de nudismo?
Não tem, mas como são 360 ilhas e a imensa maioria é vazia, você pode, sim, fazer topless ou tirar toda a roupa em uma delas. Vários marinheiros tomam banho pelados no mar e ninguém fala absolutamente nada, então, eu duvido que isso será um problema 😉
Como funciona o sinal de internet nas ilhas?
O sinal pega em algumas ilhas, como em Banedup, Chicheme, Nargana e Coração de Jesus. As ilhas mais afastadas realmente não têm sinal. O chip da Digicel é o que possui o melhor sinal por lá.
Os habitantes têm fácil acesso a hospitais, escolas, lojas…?
Os moradores não têm acesso fácil. As maiores e mais povoadas ilhas que visitamos (Nargana e Coração de Jesus) possuem hospitais, escolas e pequenos mercados. No entanto, os kunas que moram em ilhas mais afastadas realmente não tem estrutura alguma.
***
Espero ter sido clara nas respostas e ter ajudado ao máximo quem já está planejando uma viagem para esse paraíso!