A fraca luz no fundo da geladeira
Ataque noturno à geladeira é um clássico. Todo mundo que faz dieta já deve ter atacado a geladeira e se não atacou é porque você não sabe o que é ter fome. No meio da madrugada você levanta, sai da cama bem devagar pro seu marido não acordar, pisa bem de leve no chão e vai caminhando sem fazer barulho para os cachorros também não acordarem e consequentemente seu marido não saber que você saiu da cama. Abro a geladeira no escuro, aquela luz brilhante no fim de uma prateleira abarrotada acaba ficando bem fraquinha, mas é ai que a caça começa. O que tem de gostoso? Macarrão para requentar? Um pedaço de queijo? Salaminho? Pudim? Quem sabe não tem um pedaço de pudim de leite ou uma deliciosa tortinha de maçã?
E é ai que você acorda dentro de um pesadelo e se lembra que no dia anterior você teve a brilhante ideia de ter um blackout no supermercado e só comprar coisa saudável e que nesse exato momento a sua geladeira não tem nenhum pudim e sim um monte de mato, frutas, verduras, iogurte e o mais gostoso é uma gelatina que você fez à noite antes de dormir. Nada atrativo.
Volto pra cama e fico me remoendo de um lado pro outro com o estômago roncando. Sonho em como o mundo poderia ser um lugar melhor, onde a Nigella fosse o padrão de beleza e não a caquética da Gilian. Consigo finalmente dormir. Sonho com comida, sorvete, empadão, empadinha, coxinha, bolinho de bacalhau. Nossa, a mãe do Paulo faz um bolinho de bacalhau que é de outro mundo, pura insanidade na terra. Dormi!
Acordei, com sono, claro. Péssima noite de sono, você queria o quê? Vou ao banheiro e me dou de frente com a balança. Essa balança está sempre errada, cada hora mostra um peso diferente. Subo e é um número, subo novamente é outro. Nunca consegue se decidir. Ô dilema viu, me peso ou espero entrar em uma academia para me pesar em uma daquelas balanças boas que só tem em academia, mas que só as mais gostosas ficam de calcinha e sutien para se pesar.
Ok! CHE-GA! Vou pesar! Pesei! Depressão. Era mais do que eu pensava. Não muito mais, mas é mais! 61.4 diz a balança. Saio dela, espero desligar. Ligo de novo e me peso mais uma vez. 61.4kg. Parece ser definitivo. Ela não tem outro veredito. Mas quem sabe não consigo diminuir um pouco. Vou fazer xixi. Ligo a balança e me peso novamente. 61.4 diz ela e manda um fuck off pra mim. Ok, ok! Já entendi. 61.4! Estou oficialmente pesando 13,4kg a mais do que o meu normal. Vou demorar um ano pra perder isso, com certeza.
Mas ok, bola pra frente! Começo o dia como sempre uma xícara bem grande de café sem açúcar e uma banana, não consigo comer muito pela manhã. Fico sempre pensando naqueles cafés americanos enormes, com bacon, ovo, pão. Como aquele pessoal come aquilo sem estar com uma baita ressaca para ser curada?
Uma hora depois, estou morrendo de fome novamente, uma caixa de sucrilhos está aberta e do lado de fora. Já tinha começado a comer no dia anterior (acho que esqueci de contar essa parte), coloco a mão displicentemente por dentro da caixa e roubo um punhadinho. Jogo para dentro da boca. Nada de mais, só um pequeno punhadinho.
Começo a trabalhar e como o frango vai demorar para ficar pronto, resolvo começar a preparar. Vou fazer um franguinho light! Tempero com mostarda em pó, sal, pimenta branca, curry, alecrim e rego com um belo suco de laranja. Levo ao fogo em temperatura baixa coberto com papel alumínio. Quando estava quase pronto, fiz um arroz integral com quinua e sal de wasabi e uma sadala de chuchu com beterraba temperada com vinagre e mel. Como vocês podem ver fui uma ótima menina e mereço ir para o céu!
Nem comi sobremesa, o que já é um grandeeee avanço.
Estou determinada e volto a trabalhar!
Hora do lanche! Ontem tinha comprado goiaba, adoro goiaba! Comi uma, mas continuei com fome. Foi quando vi o pote de doce de leite. Sim, aquele! O malvado. Nossa, como é bom esse doce de leite. Abri o pote. Não tinha quase nada mais. Acho que o Paulo comeu escondido. Então, por quê não fazer o mesmo? Raspei até o último traço de doce de leite no potinho, totalizando meia colher de sobremesa. Não é muito, mas saboreei como se não houvesse amanhã. Nunca vou comprar de novo esse doce de leite na minha vida! Coisa do demônio isso, não pertence ao mundo dos santos. Ou seria ao contrário? Agora já foi. Finito!
Comecei o pilates semana passada e acho que já te contei isso. Hoje eu tinha aula, e antes de sair de casa, adivinha? Estava com fome, claro! Peguei um daqueles docinhos de arroz caramelizado que estava escondido no fundo da despensa. Tão crocante, tão docinho. E quase não tem calorias! Pelo menos comparado ao restante das coisas que eu como. E já que eu vou andar até o pilates e depois ainda fazer a aula, por que não? Certo?
Pena que quando cheguei na aula descobrir que meu horário tinha sido uma hora antes e pelo visto não percebi que tinha mudado. Mas se você for sobrinha da Poliana, como eu, já sabe, sem mágoas, afinal eu já tinha andado até lá! ;D
Para o jantar fiz uma daquelas pizzinhas de frigideira. Gostaria muito de estar aqui nesse momento declarando que eu comi apenas uma e dizendo para você ser forte também e não comer a segunda. (In)Felizmente a pizzinha estava muito boa e eu tive, fui obrigada pelo cheiro que exalava pela casa, a comer DU-AS! No problem! Amanhã começa tudo de novo e vê se não vai levantar e assaltar a sua geladeira hoje à noite!
PS: Só se ainda tiver pudim lá no fundo!
Texto postado em 05.11.2013 no I Could Kill For Dessert. A coluna Já engordei por menos joi transferida para este blog.
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