Antifrágil: coisas que se beneficiam com o caos, o que podemos aprender?
Antifrágil é um termo criado por Nassim Nicholas Taleb, autor do livro com o título “Antifrágil: coisas que se beneficiam com o caos”, de 2012, referência no mercado financeiro e professor de engenharia de riscos na Universidade de Nova Iorque. Antifrágil é um estudo aplicado diretamente à área da economia, no entanto, os ensinamentos do livro (e de toda a coletânea “Incertos” do autor) estão mais para um ensaio filosófico sobre como enxergamos a vida e como lidamos com os nossos problemas, riscos e incertezas.
AS TRÊS CATEGORIAS
O autor divide as personalidades, ou formas de existência no mundo, em três: frágil, robusto e antifrágil. O primeiro é aquele que ao enfrentar alguma adversidade, alguma pressão ou interferência externa, se quebra. O segundo, mantém-se intacto, resiste e permanece seguro. O último, antifrágil, se beneficia do caos. Ou seja, quando algo dá errado, quando existe uma crise ou simplesmente uma situação não programada, melhora, se torna diferente, evolui.
Essas categorias foram definidas pensando no âmbito econômico, na aplicação de uma quantia de dinheiro, por exemplo. No entanto, o livro também traz a perspectiva para os relacionamentos, vivências diversas e qualquer outra situação da vida em que as adversidades possam ou não nos “quebrar”, como se comparássemos a um vidro (algo que estamos constantemente tentando não ser), pedra (o que geralmente somos) e algo que se torna melhor (antifrágil, que devemos almejar).
COMO SE BENEFICIAR DO CAOS?
Vivemos um momento de muita tensão e caos, o que pode parecer, até certo ponto, desleal com tantas atrocidades e eventos ruins, não é? No entanto, o que o livro traz NÃO é a ideia de que não podemos quebrar, de que estamos proibidos disso e que precisamos (de forma obrigatória) tirar um bom proveito de tudo. O ponto é outro.
Ao se imaginar como “inquebrável” e capaz de melhorar com as situações ruins abrimos um caminho de possibilidades. Ou seja, o conceito é importante para nos ensinar a lidar com as nossas incertezas, riscos e deixar o campo aberto para nos colocarmos neles. Ao se tornar antifrágil, a mente toma consciência de que existem fatores externos e totalmente inesperados, de quem nem tudo está ao nosso controle e alcance. Assim, quando algo adverso acontecer, a capacidade de dar a volta por cima e sair ainda melhor da situação é maior.
PRATICANDO O ANTIFRÁGIL
Ok, mas é só imaginar que tá tudo certo?! Não é bem assim. O autor, ao longo das muitas páginas, propõe alguns exercícios práticos (e outros do pensamento mesmo) que podem auxiliar esse processo e ajudar a lidar com o caos.
- Entenda que existem outros fatores além de nós mesmos e que são inesperados.
- Olhe para os seus pequenos erros e os analise, os.
- Corrija os pequenos erros.
- Combine coisas diferentes e que parecem “não combináveis”, corra o risco.
- Dê e receba críticas, de forma progressista.
- Pergunte a outras pessoas que estejam passando pelo mesmo problema que você.
- Se puder, resolva os problemas rapidamente.
- Vá aos poucos, sem muitas cobranças, você pode primeiro tentar ser robusto 🙂
- E por fim, teste o Método Barbell, proposto pelo autor: deixe 80% de coisas seguras e 20% de coisas arriscadas.
- E uma dica que não é do livro: tente ver esses ensinamentos do “antifrágil” como uma alternativa ou reflexão para lidar com problemas e não como uma cartilha de como você deve ser 🙂
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Você gostou desse post? É uma breve reflexão sobre o livro, que tem 664 páginas e que vale cada segunda da leitura!