Produtividade: devemos fugir ou abraçá-la de vez?
Produtividade é uma palavra grande, complexa e que tem gerado sentimentos diversos em muitas pessoas: por um lado, constantemente existe uma vontade súbita de alcançá-la, de produzir mais, merecer aplausos e ser reconhecido pelo seu trabalho e esforço. Em outro, uma imensa necessidade de fugir desse conceito de produtividade e da cobrança que nos traz. O fato é: a quarentena tem trazido essa temática à luz e com ela muitas incertezas de como gerenciar melhor o tempo, continuar produzindo e ainda cumprir a tarefa difícil de manter a saúde mental em meio a todo esse caos.
No entanto, a resposta para tantas dúvidas está dentro de apenas uma questão: é realmente necessário fugir da “lógica produtiva” já que ela tem nos causado tanta pressão e cobrança constante? Primeiro, que talvez seja impossível não lidar com essa questão, e segundo: buscar a produtividade não precisa ser um problema (!!!)
Pelo contrário, já passou da hora das discussões sobre produtividade, gerenciamento de tempo e melhor aproveitamento da sua rotina pararem de ser traumáticas ou algo que nos tragam memórias ruins. Afinal, isso é exatamente o oposto do que a produtividade (quanto vista e praticada com sentido – veremos disso a frente) propõe trabalhar. Ter o tempo bem administrado fará com que a vida seja mais leve, fácil e até mais bonita.
MAS O QUE É PRODUTIVIDADE?
A gente fala tanto dessa palavra, mas muitas vezes nem se sabe exatamente o que significa. A produtividade, primeiramente, não tem a ver com o quanto você produz, mas sim com a qualidade das suas atividades. Ou seja, realizar tarefas que façam sentido para você e que sejam, de fato, importantes e urgentes (no sentido mais emotivo das palavras) é o que realmente significa ser produtivo. E também, para além disso, acredita-se que produtividade está relacionada a desenvolver ou praticar alguma tarefa com a menor quantidade de recursos possíveis – isto é: que gaste menos energia e seja ainda mais fácil.
Para isso, não existe apenas a relação de cobrança do que “deve” ser feito no menor tempo possível ou da forma mais “eficiente”. Mas sim, de realizar coisas que estejam ligadas às suas vontades ou que pelo menos possam estar de acordo com o equilíbrio de desejos que você possa ter durante o seu dia. Produtividade não é uma palavra necessariamente ligada ao trabalho, mas sim em tornar as tarefas e processos mais fáceis e ágeis para que você consiga dar conta de tudo que te faz bem: desde comer bem, fazer exercícios ou até entregar um relatório no final do dia.
Agora, se pensar dessa forma, ser produtivo é quase um sinônimo para “fazer tarefas que façam sentido para você” ou que estão de acordo com o que você realmente imaginou certo fazer, não é? É para isso que existem tantas ferramentas de planejamento, para pensar no que você realmente quer realizar.
E O TEMPO?
Você já deve ter ouvido falar que “tempo é dinheiro”. Mas pense bem: tempo pode ser muito mais amplo do que uma definição tão material. Podemos ir pelo lado da física, onde a complexidade do tempo pode ser entendida como uma matéria, algo que podemos tocar e modificar (se você assistiu Dark ou Interestelar vai entender melhor essa parte). Também é possível pensar a partir da expressão “tempo de vida”, onde cada segundo que passa é um segundo a mais (ou a menos) da nossa viagem aqui pela Terra. Nada mais justo que aproveitá-lo da melhor forma possível, concorda?
De forma mais prática, temos o “gerenciamento de tempo”. Um dos conceitos que visa planejar e encontrar as melhores formas de organização para aproveitar a rotina e o tempo disponível que você tem. Mais do de entender que o tempo é valioso para a sua vida além das definições materiais, é importante saber diferenciar a sua capacidade diante dele e entender quais são seus limites. Ou seja, quanto tempo você realmente demora para fazer determinada tarefa? Isso ajuda muito na hora de evitar interrupções, desgastes e frustrações.
SOBRE AS FRUSTRAÇÕES
Falando nisso, uma das coisas presentes dentro da produtividade, planejamento e gerenciamento de tempo são as nossas frustrações. Afinal, o tempo inteiro estamos evitando nos sentir frustrados ou nos sentindo e tentando fugir desse sentimento – e vamos combinar que esse não é um sentimento muito gostoso. É bom pensar que as frustrações podem ser evitadas se as expectativas forem adequadas às nossas possibilidades.
Eita, e como fazer isso? A produtividade não é (ou não deveria ser) algo imposto para as pessoas. É sobre fazer coisas que façam sentido para você dentro das suas possibilidades – e se sentir feliz e realizado com isso. Portanto, ser produtivo é entender o que você pode, quer e irá conseguir finalizar e produzir. E ter controle das coisas que você tem alcance: a sua própria rotina e tempo. Autoconhecimento é a palavra principal para entender esse ponto e ir até onde você consegue ir, da melhor forma possível – e claro, ir subindo um degrau de cada vez.
FLEXIBILIDADE
Mas, calma aí! Quando falamos de crescimento, gerenciamento, produtividade e tempo, uma das primeiras coisas que vem a cabeça é a cobrança de realizar todas essas estratégias e hábitos para “ser alguém mais produtivo” (olha aí a frustração). Se você está indo por esse ponto, dê um passo atrás. Realmente não é algo tão simples e muito menos rápido. É preciso – de forma prática – sentar e estabelecer com calma e dedicação as suas programações e leva um tempinho até aprender como fazer tudo isso, além de precisar se atualizar constantemente.
Então, é importante ser flexível em diversos momentos: se livrar de algumas preocupações, entender que nem sempre vai dar tudo certo, mudar suas programações e ajustá-las se necessário visando sempre as suas prioridades de vida. E claro, não se cobrar tanto. Lembre-se, produtividade é fazer as coisas com a menor quantidade de recursos possíveis – a cobrança não é um deles. A confiança, segurança e estabilidade emocional diante de uma rotina planejada vem aos poucos e traz sempre novos aprendizados.
AÇÃO
Apesar do foco não estar na “entrega desesperada de resultados” é importante entender que todos esses conceitos e a busca por uma rotina mais produtiva servem para que possamos agir. Colocar as mãos na massa, fazer da ação uma rotina é tão (ou mais) importante que o planejamento.
As dicas mais básicas em relação a ação para uma vida mais produtiva – e prazerosa – são: primeiramente entenda sobre a sua rotina, estude, pesquise e encontre pessoas, canais e perfis que estejam na mesma busca que você. Depois, olhe para o seu espaço/tempo de produção, organize, deixe o ambiente/momento mais a sua cara e ainda mais inspirador. E por fim (para iniciar) liste todos os seus desejos, objetivos, vontades e coisas que deseja fazer. A partir disso, comece a buscar quais são suas prioridades e metas. Utilize das ferramentas que estiverem disponíveis e que você tenha familiaridade para agir. Lembrando: continue estudando as melhores formas – sempre – para você.
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E aí, para você, o que é produtividade? Deixe nos comentários para discutirmos mais sobre 🙂