Linho: por que o tecido mais antigo do mundo é incrível?
Qual a primeira coisa que vem a sua cabeça quando ouve falar em linho? Talvez venha a memória de um tecido apenas para “pessoas mais velhas”, que “amassa muito” ou até que “esquenta demais”. Mas, na verdade, essas afirmações estão longe de ser tudo que esse tecido representa – algumas são até “fake news” ?.
Estamos falando do tecido mais antigo já produzido e usado pela humanidade de acordo com os registros históricos. Já deu tempo de entrar e sair de moda, ser usado por pessoas de todas as idades, considerado amarrotado demais… É claro que muitas opiniões sobre ele surgiram nesse tempo todo. No entanto, hoje usar linho é uma proposta para quem curte looks atemporais, porque ele não faz parte de uma “moda passageira”: o linho tem muita história pra contar e nunca sairá de moda!
Mas, além da história, quais são as qualidades desse tecido até hoje? O linho, quando 100%, é completamente vegetal, composto de fibras naturais e bastante sustentável – 7 vezes mais que o algodão, por aproveitar todas as partes da planta e não empobrecer o solo. Além disso, tem conforto, textura leve, é super fresquinho (fibras naturais são fundamentais para que o tecido respire bem) e com um aspecto bastante elegante e casual.
Se todas essas características ainda não te convenceram a usar esse tecido tão incrível, aqui vão mais algumas: seca rápido, é durável, resistente, antialérgico e antibacteriano. Quer mais? Continue o texto!
A HISTÓRIA
Assim como já pincelado nos parágrafos anteriores, a produção do linho é datada há pelo menos 36.000 anos a.C. A fibra, para uso em roupas, há “apenas” 8.000 a.C. O cultivo, até pouco tempo, era totalmente artesanal e faz parte da cultura de muitos povos Gregos, Egípcios e, mais recentemente, da região onde hoje está Portugal e redondezas. Ainda, os Faraós eram envolvidos com linho ao serem mumificados, a túnica de Jesus era feita de linho, o Santo Sudário (tecido que cobriu o corpo de Jesus) também era feito com a fibra (!!!).
O uso do tecido era considerado nobre, simbolizando poder e riqueza. Acreditava-se que trazia luz, espantava energias ruins e até era chamado de “tecido do luar”. E mais: os tecidos de linho já foram usados como moeda nessas antigas civilizações. Hoje, depois de tanto tempo, já passou por algumas modificações tanto na produção quanto na composição. Algumas peças são “puras” e outras deixam a fibra mais leve, por usar outras composições ou processos que “amaciam” os fios.
O PROCESSO
A título de curiosidade, o processo artesanal da fabricação do linho inclui o plantio, colheita, secagem (que transforma a planta em uma palha), ripagem (para separar caule das sementes) e então o processo de produção do fio: extração das “filaças”, maceração (para decompor a cola vegetal), secagem novamente, espadelagem (separar os fios), assedagem e fabricação do tecido. É muita coisa, não?
Tudo começa com o plantio de uma planta chamada linum usitatissimum, ou linho, popularmente falando, até virar o tecido que conhecemos. Saber mais sobre o processo de produção de uma peça é interessante para entender – e se surpreender – sobre o que está envolvendo o nosso corpo, afinal, nesse caso é uma matéria completamente natural e parte da cultura de muitos povos. Tem um vídeo simples, mas bem bonito que mostra a produção: clique aqui para assistir.
O FAMOSO AMASSADO
Se tem uma característica pelo qual o linho é conhecido é pelo tanto que “amassa”! E, sim, isso já foi uma preocupação durante muito tempo, principalmente no século XX, com a chegada de uma vida mais agitada em que perder tempo passando roupa poderia ser um problema. E nesse contexto existem duas possibilidades: buscar fabricações de linho “não puras” e que não amassam tanto ou aceitar que o amassado do linho puro é simplesmente maravilhoso e é justamente o que dá charme a ele!
Linho com poliéster, algodão, aloe vera, seda e lã são algumas das opções que deixam o linho mais difícil de amassar e com o toque mais suave. Porém, o tecido deixa de ter todas as qualidades do linho. Se composto com o poliéster (uma fibra sintética) ficará mais abafado e menos charmoso também.
Que tal se desvencilhar da ideia de que a roupa precisa estar lisinha para ser bonita? Por mais que passemos, depois de sentar e usar por algumas horas a “expressividade” do linho vai aparecer e isso mostra que você está em movimento. Não é tudo de bom e libertador pensar assim? E realmente fica lindo de qualquer jeito!
ALGUMAS IDEIAS
Uma das coisas que mais se comenta é que só pode usar linho no verão. E claro que isso é coisa do passado, né? O tecido é leve, fresco e respira bem, mas isso não quer dizer que não funciona em looks de meia estação ou até inverno, basta saber compor. Para isso, os detalhes fazem a diferença: botões, modelagens, amarrações e composições com acessórios que possam contrastar são algumas ideias para usar o tecido em dias mais frios. Olha só o truque da calça de linho com uma meia-calça térmica por baixo 😉
As peças únicas também são ótimas propostas para um visual super elegante. Já viu um macacão, um vestido ou até conjuntos que parecem um peça só no tecido? Pura sofisticação.
A gente não poderia deixar de falar das clássicas camisas de linho que são simplesmente maravilhosas e combinam em qualquer estação: tá calor? Funciona um pouco mais aberta! Tá frio? Bota um casaquinho por cima que é sucesso.
Além disso, as calças de vários cortes, saias compridas e curtas, shorts e até blazers funcionam muito bem feitos nesse material. Esse combo de shorts e blazer de linho tá aí pra provar!
E você, gosta de usar linho? Deixe nos comentários quais são as suas peças preferidas 🙂