Alimentação macrobiótica: tudo que você precisa saber!
Você já ouviu falar de macrobiótica? Algumas pessoas chamam de dieta, outras de estilo de vida ou simplesmente de alimentação. O que acontece é que assim como muitos outros movimentos contemporâneos, a alimentação macrobiótica vem acompanhada de muitas promessas, questionamentos e críticas. O inegável é que muita gente tem seguido e falado sobre, a começar pelo Gilberto Gil desde os anos 70 e, hoje, por sua filha Bela Gil. Vamos entender e, quem sabe, praticar alguns ensinamentos da alimentação macrobiótica?
HISTÓRIA DA ALIMENTAÇÃO MACROBIÓTICA
Apesar de ter sido pensada antes e fazer parte de ensinamentos de alguns escritos mais antigos, a macrobiótica surgiu de fato em 1961, apresentado por George Ohsawa. O movimento surgiu como resposta aos costumes alimentares do mundo moderno e como proposta de fornecer a cura pela boca, na qual doenças pudessem ser evitadas através da alimentação.
Hoje faz parte de 2 grandes grupos: os que levam a macrobiótica como dieta, levando em conta apenas os ingredientes e a necessidade de mudanças corporais; e outro que entende o movimento como uma filosofia de vida e realiza a prática em muitos outros aspectos para além da alimentação.
MAS, O QUE É MACROBIÓTICA?
As primeiras definições do tema trazem as energias dos alimentos como fatores de decisão para o que devemos ou não ingerir. De acordo com a filosofia chinesa existe o yin e o yang e cada um deles representa um dos lados do centro de equilíbrio. Alguns alimentos seriam mais yin e outros mais yang, e outros como neutros – que devem ser consumidos.
No entanto, nem todos acreditam nessa definição “energética” e ainda enxergam que se tenha muito para aprender com a macrobiótica. A própria palavra define muito bem o que este tipo de alimentação pretende: macro é grande, amplo e biótica é vida. Ou seja, uma grande e extensa vida, mas não somente referente ao tempo, mas sobre viver uma grandiosa e magnífica vida.
O Instituto Macrobiótico de Portugal, conceitua de uma forma bastante ampla de que é “um modo de vida que orienta as escolhas individuais em alimentação, atividade física e estilo de vida. É um sistema de princípios e práticas que visam o equilíbrio em benefício do corpo, da mente e do planeta”.
O QUE PODEMOS SEGUIR?
A alimentação macrobiótica “raíz” indica o consumo de alguns alimentos que são totalmente equilibrados: arroz integral (o mais equilibrado de todos), aveia, cevada, milho e qualquer tipo de cereal integral e alguns legumes. E sugere evitar o álcool, açúcar, gorduras e até frutas frescas (estas em menor proporção de desequilíbrio), por serem consideradas yin. E os yangs, que também devem ser evitados: carnes vermelhas, ovos, laticínios e sal.
A proposta inicial é que haja uma mudança gradual e radical na alimentação, até consumir apenas arroz integral (que é carregada de muitas críticas). No entanto, é inegável que o aumento de consumo de cereais e integrais (desde que não radical) é um ótimo caminho para uma vida mais saudável. Além de que, também existem indicações de priorização de alimentos da estação, sem conservantes, sem corantes e industrializados. Desta forma, podemos pensar que a macrobiótica não é uma dieta, mas sim uma mudança nas práticas diárias na nossa relação com os alimentos. Tanto na perspectiva da saúde, da ecologia, da nossa relação com o mundo terreno e espiritual, caso haja essa crença.
QUAIS AS CRÍTICAS?
As críticas estão diretamente relacionadas à comparação da macrobiótica com a medicina e nutrição tradicional, afinal, essa é uma prática que restringe alguns grupos alimentares como carne, leite e outros mais controversos. A preocupação é que está muito atrelada a uma “dieta da moda”, conceito problemático que traz muitas dietas, regimes e comportamentos compulsórios para a “busca do corpo perfeito”, mas que acarretam em doenças e disfunções psicológicas e nutricionais.
Tomio Kikuchi, que faleceu em 2019, considerado o “pai da macrobiótica” do Brasil, também dizia que é um conceito utópico e que é importante olhar para os ensinamentos da prática observando quais as medidas que podem ser tomadas na vida de cada um para encontrar o autoconhecimento e equilíbrio.
Muitas pessoas já tiveram problemas de saúde por praticar a macrobiótica de forma extrema e radical, portanto, saber os próprios limites é muito importante. E claro, sempre que necessário, consulte um médico e realize exames periódicos para constatar e repor possíveis deficiências nutricionais. Lembrando que os extremos e “desafios” causados por uma dieta não são recomendados por nenhum especialista.
GOSTOU? PRATIQUE:
É fato que a macrobiótica não deve ser encarada como uma dieta e que existem muitos pontos a serem observados e discutidos. No entanto, também é inegável que existem muitos benefícios que podem ser aprendidos com a prática, como forma de introdução na rotina de cada um da forma mais saudável possível, como forma de autoconhecimento. Elas são:
- Dar preferência aos integrais.
- Evitar açúcar e sal.
- Não ingerir produtos industrializados.
- Preferir orgânicos.
- Consumir produtos da estação e regionais.
- Evitar fermentos, condimentos, temperos químicos, corantes.
- Consumir chás com consciência, entendendo que o equilíbrio é sempre importante.
- Evitar produtos de origem animal.
- Fazer do preparo do alimento e do consumo um momento de respeito e prazer, mastigar muitas vezes.
- E sempre, o autoconhecimento.
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Você já pratica a alimentação macrobiótica? Deixe aqui nos comentários sua experiência.