Sobre café e sobre escolhas
Oi, pessoal! Como estão as coisas por aí?
Vários eventos complicados tem acontecido no Brasil e no mundo ultimamente, e por vezes não conseguimos (ou não queremos) estar alheios a tudo isso. Não é preciso procurar muito: basta rolar durante dez segundos sua timeline em qualquer rede social pra encontrar uma opinião polêmica, que leva a discussões talvez não muito frutíferas e que podem trazer à tona o pior do ser humano. Sabemos bem que esse trajeto pode se repetir várias vezes ao dia, para frustração dos envolvidos.
Nestas horas pode ser útil manter a calma. Pode ser que as coisas ainda tenham jeito, acredito eu. E pode ser que isso tenha algo a ver com o café.
Lendo uma revista da qual gosto muito, esbarrei outro dia com um texto do Gustavo Gitti que dizia que um dos atos mais revolucionários que se pode cometer é tomar consciência de nossa própria caminhada, olhar atentamente ao redor, não ter tanta pressa. Concordo plenamente. Ver as pessoas como algo a mais do que um obstáculo no trânsito ou na fila do metrô é um exercício que precisa ser feito diariamente. Olhar nos olhos do outro é uma excelente prática, mesmo que não seja muito comum nos dias de hoje.
Às vezes fico pensando sobre como a realidade dos cafés especiais pode parecer distante para muitos de nós. Vivemos em um sistema no qual estamos sempre ocupados, buscando ser eficientes, construir algo, planejar tudo. A escolha do café pode ficar restrita a uma passada (só de ida, para não perder tempo) no corredor do café/açúcar/biscoitos/chocolates do supermercado, uma breve olhada na etiqueta de preço e pronto, lá se foi o café da semana ou do mês da prateleira do mercado para a prateleira de casa.
Fotos: www.alanadimou.com
Talvez haja outra maneira de escolher o que vamos beber, e isso pode ser uma metáfora para a vida. Confeitaria e panificação fazem monges, já disse o Antonio Nogueira. Com o café não é diferente. O momento de beber um cafezinho muitas vezes é um oásis no meio do expediente, uma pausa muito bem vinda para a reflexão. Para além do que está na xícara, há uma história que certamente envolveu muitas pessoas, desde a fazenda até chegar ao paladar.
Buscar um café produzido com responsabilidade, prepará-lo com carinho e dividir esta experiência com alguém são formas de olharmos nos olhos de todos que estiveram envolvidos nesse processo. Não parece um bom ponto de partida? 🙂
Fonte: orlaandluke.com