Tipos de pimenta: escala de ardência e como utilizar cada uma
Há muitos anos que as pimentas são utilizadas pelos indígenas e povos ancestrais na alimentação, cura… Hoje, muitos estudos comprovam os benefícios para controle do colesterol, ação anti-inflamatória e prevenção de doenças. Além disso, as pimentas estão bastante relacionadas a nossa cultura em muitas receitas, não é?
Uma curiosidade muito interessante é que as pimentas foram classificadas a mais de 100 anos pela Escala Scoville, que mensura, através da diluição em uma solução de água com açúcar, o quanto ardência pode ser ainda percebida. Algumas precisam de 500 xícaras e outras, muito ardidas, de até 2 milhões. O componente que define essa ardência é a Capsaicina, presente na placenta, parte que envolvem as sementes das pimentas.
Quanto ao paladar, nem todo mundo está acostumado ou gosta de sentir muito a ardência dessa especiaria. O recomendado é que as quantidades sejam reduzidas até que possa ser sentido o gosto da pimenta além do próprio ardido tradicional. E para isso, listamos as mais utilizadas no Brasil e no mundo, começando pela menos ardida até a mais forte. Aproveite e divirta-se!
Pimenta biquinho ?
A pimenta biquinho é indicada para os iniciantes, afinal, quase não possui ardência. É muito utilizada em receitas leves, pode até ser consumida pura e é ótima para fazer conserva. O formato é bem pequeno e com um pequeno biquinho, como diz o nome. Cai muito bem com saladas agridoces 🙂
Pimenta-de-cheiro ?️
Essa é bem brasileira, e como afirma o nome tem um aroma forte e muito especial. A pimenta-de-cheiro tem ardência bem leve, mas ainda dá para sentir se colocar muito. É de origem baiana e harmoniza bem com frutos do peixes. Seu formato é alongado mas nem tanto.
Pimenta-do-reino ?️
A pimenta-do-reino, por mais que seja popularmente uma pimenta, não entra na Escala Scoville e nem é da mesma família que as outras. Essa não possui Capsaicina e o que confere ardência é outra substância, chamada Piperina. É por isso também que não parece muito com as outras. A ardência é mediana, pode ser utilizada com mais liberdade em diversos pratos – mas, coloque aos poucos, ok?
Aqui nesse link tem uma receita de dadinho de tapioca que vai pimenta do reino.
Tem bolinha de queijo e macarrão à carbonara com pimenta do reino tambem. Clique aqui e aqui.
Pimenta jalapeño ?️?️
A pimenta jalapeño, de origem mexicana, é um pouco maior e bastante consumida in natura, por isso é famosa por ter um sabor muito ardente, isso por conta da quantidade que consumimos. O diferencial é que tem bastante polpa, a qual é famosa pelo molho chipotle. Para identificar é só procurar por uma pimenta bem densa, um pouquinho mais grossa e verde.
Já que estamos falando do México, que tal um guacamole? Clique aqui. (nós usamos pimenta-do-reino, mas fica ótimo com jalapeño)
Pimenta dedo-de-moça ?️?️?️
A pimenta dedo-de-moça é uma das mais conhecidas no Brasil e pode ser consumida de muitas formas: molho, moída, desidratada, em conserva ou fresca. Tem ardência bastante presente, mas geralmente são retiradas as sements e placenta o que faz que fique mais fácil de ser consumida. O formato é bastante alongado, curvo e em tom de vermelho muito vivo.
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Pimenta-de-bode ?
Agora começam as mais fortes (mas nem tanto ainda), para os que já possuem um paladar mais acostumado ou que querem experimentar novas experiência. A pimenta-de-bode é brasileira e utilizada em molhos, pratos e conservas mais comumente no centro-oeste. É fácil de identificar, é amarela ou vermelha em formato de bolinha.
Pimenta tabasco ??
Você já deve ter ouvido falar esse nome em algum frasco de molho pelos supermercados ou restaurantes, certo? A pimenta tabasco é originária da América do Norte e, para quem não é acostumado, pode ser bem forte. São mais utilizadas em porções ou pratos de entrada, com parcimônia. Os caules que acompanham a fruta são mais largos e colados. São vermelhas quando bem maduras.
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Pimenta caiena ???
Também bastante conhecida pelo mundo todo, a pimenta caiena acaba sendo utilizada mais em molhos ou como condimento seco com muito cuidado, afinal, tem sabor mais forte. Ainda assim, fica uma delícia em peixes, frango e salada. Essas são aquelas bem vermelhas e fininhas.
Pimenta cumari ?
Agora começam as mais ardidas de todas, para serem consumidas com muita cautela, ok? A cumari é de origem nortista do Brasil e para ser consumida apenas como temperos individuais para quem gosta muito, colocar em molhos pode não agradar algumas pessoas. Cai melhor para temperar arroz e feijão e costumam dar aquele toque especial.
Pimenta murupi ??
Outra também de origem do norte, a murupi possuem algumas variações. As maiores não são tão picantes, mas as menores são bem ardidas e devem também ser usadas com parcimônia. Para identificar elas são verdes e bastante enrugadas. Caem bem com peixe.
Pimenta malagueta ???
Se você gosta de vatapá, tucupi e moqueca já deve ter sentido o gosto da pimenta malagueta. Apesar de ser de ardência muito forte é bastante utilizada e é bastante querida, isso porque se usar nos pratos com cautela garante sabor bem apetitoso. É bem alongada e de cor vermelha quando madura.
Pimenta habanero ☠️
Se você for uma pessoa corajosa (e que já tenha um paladar apurado para pimentas), a habanero é para você! É de origem mexicana e MUITO picante. O sabor é mais doce, mas ainda muito ardente. Os frutos têm formato de lampião e podem ser amarelo, vermelho, verde ou laranja.
Bônus: as mais ardidas do mundo ☠️☠️☠️
Digamos que paramos por aqui, certo? A não ser que você esteja afim de experimentar algumas variedade que são reconhecidas com as pimentas mais ardidas do mundo, até pelo Guiness Book. Na Escala Scoville estão acima de 1 milhão. São conhecidas por Bhut Jolokia, Trinidad Escorpion e Carolina Reaper. Se for usar, proteja-se com óculos e luvas e faça isso com muito cuidado, ok?
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E aí, na escala de “o quanto eu aguento a ardência das pimentas” você está em qual? Comece experimentando aos poucos para abrir o paladar 🙂