A Prestinaria – Casa de Pães em Curitiba
Todo mundo tem um “lugar mistério”, seja ele na própria cidade ou em qualquer outra já visitada – brasileiríssima ou gringa. Explico. Lugar mistério é aquele estabelecimento que de algum modo chama a sua atenção pela fachada mas que você passa tão rápido por ela e só dá tempo de pensar “eu preciso entrar lá, preciso conhecer esse cantinho”. Isso, cantinho. Geralmente, meus lugares mistério são bem pequenos e facilmente camufláveis por grandes construções ou verde. No caso da Prestinaria, foi o verde. E o fato de eu sempre passar de carro por lá (e é aí que a filosofia do andar mais a pé ou de bicicleta se aplica – parar de repente é muito mais fácil).
fotos: Juliano Lamur
Cada “passada na frente” da Casa dos Pães, como é conhecida, durava cerca de cinco segundos de carro e eu ficava encantada toda vez. Mas nunca dava tempo de anotar o nome, sei lá. Acontece, né? Acontece também de você namorar uma pessoa, tempos depois da primeira “passada na frente”, que tem o mesmo gosto por lugares mistério e… tchanan! Visita garantida. A gente passou um final de tarde friozinho na Prestinaria e posso dizer que não foi só a varanda decorada com mesas de madeira, sofás baixos e confortáveis ou mesmo o chorão que ganhou espaço para crescer no canto do deck (o toldo tem uma abertura para o tronco ficar livre) que me conquistaram. Foi o cheiro. Dava pra sentir o cheiro de pão fresco do lado de fora, a uns bons passos de distância.
Lá o atendimento* é no balcão, ou seja, você dá uma olhada no cardápio e escolhe o que quer. Escolhi um croissant com queijo minas tostado, o Juliano pegou uns pães de queijo, uma éclair de baunilha e um folhado com goiabada e creme. A Gabi, minha irmã, foi de quiche de espinafre. Até aí, tudo bem gostoso – meu croissant estava delicieux! Pela foto dá pra ver que não é daqueles enormes e gordinhos, mas não se engane com as aparências. A massa estava bem folhadinha e o queijo minas derretido foi a combinação perfeita.
Eles têm vários bolos e tortas, mas como era fim de tarde a produção já estava escassa. Fiquei com um pedaço de torta de ricota (que não deu nem tempo de fotografar, perdão) e a Gabi pegou essa torta trufada. Fininha… Mas gostosinha. Acho que o negócio é voltar lá para se garantir só nos doces. E num horário em que tudo esteja bem fresco!
A história da palavra “prestinaria” é bem interessante. Durante o Império Romano, as pessoas faziam seus pães em casa; depois de um tempo, alguém teve a ideia de abrir um espaço público só para isso e então surgiram as primeiras padarias públicas – as prestinarias, no norte da Itália. Com o tempo, os locais se tornaram ponto de encontro e contavam com diversos produtos além dos sempre deliciosos pães nossos de cada dia. Quando o Império Romano caiu, as prestinarias foram extintas. E foi somente no século XVII, que a França, desta vez, se apoderou (e aprimorou!) da arte da panificação.
Ah! Todos os sábados, das 7h às 14h, rola um brunch por um preço único – você vai gastar em torno de R$25 a R$30. Parece bem gostoso e eu não vejo a hora de experimentar. E o famosão de lá é o Brownie, mas não tinha mais quando cheguei (estava quase fechando, já.), então fica a dica para a próxima, né?
*Sobre o atendimento: ouvi muita (tipo, muita mesmo) gente reclamando do atendimento demorado, ruim, mau humorado de lá. Bom, nessa minha experiência, apenas uma das atendentes estava, digamos, num estado de humor que não seria definido como o dos melhores e o pedido demorou pra chegar, realmente. O jeito é tentar ir de novo mais algumas vezes e ver se o problema é esse mesmo :/
Atendimento:
Segunda a Sexta, das 7h30 às 19h
Sábado das 7h às 15h
Rua Euclides da Cunha, 699 – Bigorrilho
Entre Rua Saldanha Marinho e Rua Carlos de Carvalho
Tel.: (41) 3342-4576 / (41) 3014-4576