Especiarias e Ervas aromáticas – Hortelã
O princípio de uma alimentação balanceada é a diversidade de nutrientes. Cada categoria deles tem funções específicas e necessárias para a saúde. Na ordem decrescente por volume, devemos consumir: Água, carboidratos, proteínas, lipídios, vitaminas e sais minerais. Claro que o bom funcionamento do organismo não depende apenas de uma boa alimentação, mas por outro lado, a comida não pode ser apenas fonte de nutrientes! Comida tem que ser gostosa, tem que ter cheiro e aquilo que se diz: Comer com os olhos! As Ervas Aromáticas são essenciais neste aspecto: agregam valores, encantam e podem trazer benefícios mesmo como uma “inocente” folhinha na finalização de um prato. Neste post da série “Especiarias e Ervas Aromáticas”, vamos falar dela, que adora ser decoração de sobremesas, a Hortelã!
A hortelã, bem como muitas outras ervas aromáticas, é originária da região do Mediterrâneo De lá, saíram para as colônias europeias junto com tantos outros fatores culturais e receitas que foram ao longo do tempo se adaptando aos seus destinos. Vale lembrar que também estão nessa região do Velho Mundo países bem influentes culturalmente como: Egito, Israel, Líbano, Turquia e Grécia. Não somente os colonizadores, mas também os imigrantes e comerciantes foram responsáveis por esse processo de “globalização” das Ervas Aromáticas do Mediterrâneo.
As características geográficas e climáticas de uma região permitem ou não o cultivo de determinadas espécies, mas mesmo aquelas que conseguem se desenvolver fora de sua origem, podem sofrer alterações (na maioria dos casos, sofrem). A esse conjunto de características de uma região dá-se o nome Terroir (do francês: terra), este termo é muito usado na indústria dos vinhos, por isso a identificação de suas origens é um dado importantíssimo nos rótulos. As ervas aromáticas podem ser plantas de pequeno porte, mas em sua maioria têm uma boa adaptação às mudanças. O Terroir de cada lugar deu origem às variações de sabor, cor, textura etc. As espécies de hortelã variam entre tamanho, espessura, forma e cor das folhas, por outro lado existem dois tipos clássicos: a Hortelã comum que é mais adocicada e a Hortelã-Pimenta (a menta) com notas mentoladas mais intensas, por sua vez ela é pouco produzida para finalidade alimentícia, muito utilizada na indústria de cremes dentais, pois além do frescor, uma das características dela é ter propriedades antissépticas.
foto: Hortas.info
A hortelã vai bem em preparações cozidas ou cruas, doces ou salgadas, quentes ou frias, comidas ou bebidas! Já observou isso? Sorvetes, saladas, carnes, chá, sucos, drinks… Sob sua singela aparência, ela esconde sua riqueza nutricional, possui vitaminas do complexo B, vitamina C, cálcio, ferro, fósforo entre outros compostos. Quais os benefícios? Antisséptico, combate vírus (um deles que é causador de aftas), bactérias e parasitas, calmante, relaxante muscular, anti-inflamatória, cicatrizante, antioxidante, ajuda a inibir a ação de radicais livres que causam o envelhecimento precoce, digestiva, ajuda no emagrecimento, traz benefícios à pele e ao cabelo, e a inalação do vapor de seu chá é expectorante.
Uma boa dica é ter uma horta em casa, mesmo para quem mora em apartamento! A hortelã não requer muita manutenção, basta um lugar com boa iluminação solar, um vasinho, terra e água! Veja um passo-a-passo para começar sua horta vertical com hortelã! Ao comprar um maço de hortelã fresca, separe uns ramos e coloque-os em um copo com água (a base do ramo deve estar imerso na água e as folhas fora dela) Troque a água uma vez ao dia, a hortelã pode começar a criar raízes no segundo dia, e quando isso acontecer, pode transplantar para um vaso com terra. O mesmo processo é válido para o manjericão, mas ele pode demorar um pouco mais para enraizar. É importante que o vaso seja apenas para a hortelã, pois seu enraizamento é muito expansivo e pode “estrangular” as raízes de outras plantas que estiverem na mesma terra. A planta cresce o ano todo e você terá hortelã fresca todos os dias em casa, o uso fica mais fácil e o desperdício é quase nenhum.
Hortas Verticais têm este nome por usarem pouco espaço, geralmente em paredes, escadas, telhados, prateleiras e varandas nos núcleos urbanos. Estas vêm se tornando um tipo de movimento de “esverdear” mais as metrópoles cinzentas e de elevar a qualidade de vida, seja por ter alimentos livres de agrotóxicos, ou por aromas agradáveis em casa. Muitos restaurantes e outras instituições que usam estes insumos, têm aderido à ideia, agregando valor aos seus pratos e reduzindo custos. As hortas verticais são como um convite à habilidade de plantar, mudando aos poucos a sociedade a níveis econômicos e culturais. Entre as plantas mais comuns nesse tipo de prática estão as ervas, porém, árvores frutíferas entre outras plantas entram facilmente nas práticas de quem inicia a horta vertical. As ervas aromáticas, são usadas para agregar sabores e aromas às preparações, oferecem beleza em finalizações de pratos e produzem em pouco tempo depois do plantio e têm manutenção simples, esta prática altera praticamente em nada a sua rotina do mundo moderno.
Usos fáceis e práticos com hortelã:
- Três a cinco folhas pequenas em uma xícara com água quente tampada por até 5 minutos. Um chá sem cafeína, cheio de benefícios digestivos, ideal para fim de tarde e noite, acompanha bem os lanches e lhe trará nutrientes.
- Algumas folhas de hortelã amassadas (com ou sem açúcar) adicionadas ao seu suco de frutas (sugestões: suco de maracujá, morango, laranja ou limonada).
- Vai fazer um milkshake? Bata o leite com um pouco de hortelã antes de adicionar o sorvete.
- Numa salada de sabores suaves (alface, tomate, pepino etc), adicione uma quantidade pequena de hortelã, e um queijo branco. Corte a hortelã com uma tesoura ou pique-as grosseiramente com os dedos, o uso de facas pode acabar deixando mais extrato da hortelã na superfície onde está sendo feito o corte, que na sua preparação. E sempre cuidado com exageros!