10 "batatas" dos professores de gastronomia
Ao entrar num curso de gastronomia, muitas coisas inesperadas aguardam os alunos. Mas quando você é o professor, existem coisas que são “batatas”, ou seja, certas de acontecerem. Se você é um professor desses, certamente vai se identificar. Caso seja estudante, talvez lembre de um ou mais professores. Vamos lá:
1. Costume de casa vai à aula
Ensinar é uma atividade que já tem seus desafios. Quando o assunto é gastronomia, os professores dos primeiros períodos têm um trabalho adicional em desconstruir alguns hábitos, como o jeito de manipular facas, o uso de panos de prato, medidas caseiras e por aí vai. Difícil é ter que cobrar organização da bancada, lavagem do que foi sujo e também encarar frases como: “Eu sempre fiz assim e ninguém nunca morreu”.
2. Controlar alimentação
Ser professor de disciplinas práticas que envolvem produção de comida dificulta um pouco que você controle o ganho de peso. Imagine um professor que num único dia deu aula de cozinha mediterrânea em quatro turmas? Viva o pastel de natas!
3. Professor de disciplinas teóricas
Contrário de quem é professor que vai pra laboratório de cozinha, um professor de aula teórica como “história”, “economia e gestão” ou “bioquímica” tem que se desdobrar um pouco mais para que sua aula seja tão interessante quanto as que têm cheiro e sabor.
4. Lidar com momentos de tensão
Desentendimentos em laboratório… Sem mais o que falar.
5. Gosto pessoal versus técnicas e clássicos
Embora este item se pareça muito com o item “1”, ele tem algumas diferenças. O aluno quer usar ingredientes que não constam na preparação (por exemplo, insistir no leite condensado para fazer creme de confeiteiro ou ganaches). Ainda em relação a gosto pessoal, coisas que professores (por categoria) escutam: O professor barista: “professor, eu detesto café”. O professor confeiteiro: “É muita frescura ficar pesando e aferindo temperatura”. O professor enólogo: “Professor, eu só gosto de vinho suave”…
6. Novos aprendizados
Gastronomia é uma área muito ampla. Sempre aparecem alunos com experiências particulares que enriquecem seu repertório como professor, ou aqueles que surgem com perguntas mais sagazes. E, claro, toda a troca de conhecimentos entre os mestres é positiva.
7. Dia em que nada pode dar errado
Dia de aula prática ou de trabalho prático. Você não pode adoecer, não pode faltar energia na instituição, não pode faltar insumos, não pode ter greve de nenhuma categoria (principalmente de transporte). Qualquer coisa que aconteça, compromete muito o andamento do seu trabalho pro resto do semestre.
8. Encontrado pelo mundo
Quando você menos espera, encontra um aluno. Não importa se a viagem é com a família ou amigos, sempre tem uma carinha conhecida por onde quer que esteja. Você, professor, abre um simples pacote de pipoca e de repente surge um aluno. “Professor! O senhor comendo pipoca?” Será que é crime comer pipoca despretensiosamente?
9. Satisfação
Estudar gastronomia muda muita coisa na rotina de vida do aluno, principalmente na vida pessoal. Faça bem seu trabalho e será comum se deparar com a gratidão dos seus alunos. Sim, você sentirá saudades de algumas turmas.
10. Chef ou não Chef? Eis a questão
Chef não é um título, muito menos um prêmio ou um elogio. É um cargo. Às vezes, o professor é chef em algum estabelecimento, às vezes um de seus alunos também, mas o que aparece de “chef” que nunca pegou numa faca não é brincadeira.
foto de capa: William Hereford