10 ações de autocuidado que vão muito além do skincare
Um termo que tem entrado nas discussões da quarentena é autocuidado. Tanto que muitas vezes fica difícil saber exatamente o que é e qual a melhor forma de praticar na própria vida. De uma forma geral, assim como propõe essa união das duas palavras, é sobre realizar ações individuais com objetivo de preservar a nossa saúde mental, física, bem-estar e prevalecer atitudes que nos deixem mais felizes – seja lá o que possa significar felicidade para cada um.
No entanto, o sentido vem sendo bastante ampliado e chega às práticas mais rotineiras de skincare e cuidados com o próprio corpo. E também, de forma conturbada, surgem muitas discussões acerca da busca pela aparência “perfeita” ou como cobrança por uma necessidade extrema de “se cuidar mais”. A partir disso, a terapeuta ocupacional Hannah Daisy (@makedaisychains) lançou o termo “boring self care”, ou “autocuidados chatos/entediantes”, que propõe discutir mais a fundo sobre as práticas de autocuidado que sempre parecem muito prazerosas, mas na verdade podem até ser chatas, porém importantes de serem realizadas.
Maaas, antes de tudo, existem uma primeira prática de extrema importância que deve ser levada em conta antes de todas as outras. As práticas de autocuidado não existem como imposição ou obrigatoriedade, nem são práticas definidas e imutáveis. São apenas frutos de uma ideia maior, de que olhar para nós e realizar ações que nos façam bem são importantes e merecem ser compartilhadas. Portanto, seja flexível, mas não faça das práticas de autocuidado algo ruim, ok?
BUSQUE UMA ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL
A primeira prática é uma das que deve mais ser levada em consideração, afinal, é parte fundamental das nossas vidas: a alimentação. Comer é um hábito e necessidade diária e pode ser a motivação para muitos “compensar” problemas ou celebrar vitórias. O desafio é descobrir qual o real conceito de “saudável”.
Entrar na onda pela busca do “corpo perfeito”, que consequentemente gera frustrações e cobranças, está longe de ser o melhor caminho. No entanto, entender quais alimentos fazem bem para você e como a busca por uma alimentação consciente pode modificar sua disposição, saúde e novas descobertas é um dos fatores a serem levados em consideração. Equilíbrio é tudo e uma alimentação balanceada muda completamente o nosso ânimo.
FAÇA EXERCÍCIOS
O mesmo vale para os exercícios físicos. Já não é novidade que colocar o corpo em movimento traz inúmeros benefícios à saúde mental e física. Mas, assim como a alimentação, se não for visto e entendido da melhor forma, pode se tornar um problema.
O Yoga tem ganhado muito espaço, principalmente por misturar exercícios físicos (asanas), respiração (pranayamas) e toda a filosofia da prática. Mas tudo depende do seu ritmo. Tem gente que usa a corrida quase como uma terapia, então por que não testar? Se você trabalha sozinho em casa, talvez seja uma boa entrar em uma aula ou praticar um esporte coletivo. Tente sempre pensar em benefícios que vão além do corpo físico.
ESTUDE
Estudar pode ser visto como uma prática obrigatória desde a infância, mas é fácil perceber que coisas que a gente realmente gosta ou que fazem parte da nossa trajetória são mais facilmente assimiladas e trazem muita felicidade.
Estudar também não está só relacionado a sua vida profissional. É possível aprender e buscar o aprendizado a todo momento, em práticas mais rotineiras ou que não precisem de tanto “objetivo”. Ainda que o ganho seja possível sempre 🙂 Aprender a cozinhar, pintar uma parede, arrumar o computar, costurar uma roupa… Se você passar a enxergar uma oportunidade de ganho intelectual em cada tarefa, vai perceber que estudar vai muito além de livros didáticos ou artigos científicos.
FAÇA UM CHECK-UP
Pode parecer uma tarefa chata e cansativa, mas dentro do autocuidado é muito importante realizar o check-up anual por dois motivos bastante claros: é um ato de amor próprio se preocupar com a própria saúde e fazer exames preventivos evita complicações com doenças, ajudando a detectar desequilíbrios e problemas assintomáticos.
Grande parte das doenças mais graves podem ser descobertas com exames simples, de rotina. E esse ponto deve ser levado ainda mais em conta quando existe um histórico familiar de algumas complicações, ok?
CRIE HÁBITOS
Este ponto talvez seja um dos mais relacionados ao “boring self care” e exige atenção para encontrar o equilíbrio. Sim, existem muitas atividades que nos fazem muito felizes e confortáveis, como assistir Netflix incansavelmente, comer doces, dormir além do necessário. No entanto, a longo prazo nem sempre trará bons frutos.
Para isso, criar novos hábitos é o ponto chave para fugir dos confortos exagerados e buscar por atividades que possam fazer mais sentido para a gente agora e daqui um tempo. O jeito é reconhecer quais comportamentos podem estar passando dos limites e colocá-los dentro da sua lista de “coisas para diminuir ou substituir por algo”. Fizemos um texto para explicar melhor, clique aqui 🙂
SAIBA QUAIS SÃO OS SEUS LIMITES
Sabe quando algo, alguém ou alguma situação te faz muito mal? Pode ser uma decisão bastante complexa entender como agir diante disso tudo. Mas também pode ser simples praticar o autocuidado e se proteger do que não te faz bem. Por isso, estabelecer limites, barreiras e impor o que você quer ou não é uma atitude bastante corajosa.
Estabelecer limites, de forma prática, é dizer para as outras pessoas até onde você define que elas podem ir. Costumamos ser muito influenciados pelos outros e colocar limites, mesmo que não agrade aqueles que amamos em um primeiro momento, é fundamental para cuidarmos de nós mesmo.
DIGA NÃO, SE PRECISAR
O famoso “aprender a dizer não”. Quem nunca ouviu falar sobre isso? O que acontece é que a demanda pode ser muito alta e gerar o temido esgotamento. Por isso que tantas pessoas falam sobre a importância de dizer não, para aceitar que nem tudo está ao seu alcance, que nem tudo deve ser abraçado por você e que certas coisas, pessoas ou situações merecem ficar onde estão: um pouco mais longe de nós.
Claro que o foco não é negar tudo que chega para nós. É importante também estar com disposição para novas experiências. Mas nem sempre é por esse caminho que se pensa. Dizer não é sobre compreender quais são as suas vontades, não ter medo de ser compreendido e quebrar algumas barreiras. Por outro lado, dizer sim para tudo é um reflexo de questões relacionadas à autoestima e uma necessidade de agradar a todos, medo de dizer o que pensamos e discordamos. Dizer não é uma das formas de dar valor aos seus desejos.
MELHORE SUAS RELAÇÕES
O mesmo (das duas últimas ações) vale para as relações que estabelecemos ao longo da vida. Escolher de quem estar perto pode sim ser uma atitude consciente e merece atenção para manutenção da nossa saúde mental. Uma das primeiras justificativas é que, de acordo com pesquisas sobre “o real caminho” para encontrar a felicidade, é preciso ter boas relações – leia mais aqui.
Ainda assim, existem algumas problemáticas e complexidades sobre afastar ou aproximar pessoas de nós. Nem sempre isso é possível. No entanto, a proposta prática é de analisar quais relações não estão te fazendo bem e não ter medo de tomar iniciativas que prezam o seu bem-estar.
FUJA DA COMPARAÇÃO
Estamos vivendo um momento de muita exposição da visa pessoal, especialmente com a internet. Mas é um ponto que também pode ser visto em relações próximas – conhece o ditado “a grama do vizinho é sempre mais verde”? Eu aposto que sim.
Para todos os aspectos, é importante entender que os compartilhamentos das redes não mostram as pessoas em sua totalidade (tem muitos problemas que a gente nem vê). E mais do que isso, somos seres individuais e nos comparar com os outros é um caminho falacioso e sem crescimento. E sim, não é uma ação simples. Se você perceber que esse comparativo consome sua energia e tiver a oportunidade, procure ajuda de um terapeuta.
ESCOLHA SUAS LUTAS
Tudo bem se você quiser brigar feio por algo e utilizar de todas as suas forças para lutar por alguma ideia. E isso é extremamente importante tanto no âmbito social quanto para a sua construção individual. Mas tome cuidado! Escolha em quais lutas você realmente quer estar.
Assim como a atitude de “dizer não”, também faz parte do autocuidado olhar para as suas atitudes e entender qual luta realmente faz sentido para você. Tem que ser algo pelo que você acredita e que você realmente pode lutar. O ensinamento aqui é: não entre em uma briga só para estar certo sobre algo 🙂
REFLITA MAIS
Por fim, olhe para as suas atitudes, pratique o autoconhecimento de forma prática: com o planejamento. O passo é listar tudo que você realmente quer, deseja e até o que não faz mais questão, para assim visualizar seus objetivos e metas.
Na sequência, planeje e realize com a ajuda de um método de organização que funcione para você. Se precisar de ajuda, fizemos um post super completo sobre como planejar a semana, é só clicar aqui.
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Por fim, é sempre bom lembrar que essas ações não fazem parte de diretrizes sobre “como ser feliz” ou “como encontrar o sucesso”. O objetivo aqui é trazer a discussão para que pratiquemos mais ações que ajudem na prática do autocuidado 🙂