Causas e consequências: o que estamos fazendo a partir dos sintomas?
Nem sempre um texto é capaz ou pode ser um caminho para trazer um fato tão concreto, tem vezes que a busca por algo também se torna um ponto de partida para uma discussão interessante. O início dessa reflexão é sobre quando pensamos a partir das causas e consequências da nossa vida. É comum talvez irmos para o caminho mais rápido, que nos é o primeiro que chega: o sintoma, a consequência. No entanto, logo depois vem uma pergunta: por que? É aí que se inicia a busca por um motivo, uma causa.
O ponto desse texto é: talvez estejamos seguindo rotineiramente pela atenção demasiada ao que estamos sentindo agora, e isso é bom (mas não somente). Talvez seja importante olhar um pouco para trás, que pode ser muito distante ou algo que tenha ocorrido apenas alguns segundos antes dos sintomas. É preciso entender, compreender ou ainda criar mais questionamentos sobre as motivações para o que de fato acontece.
E isso está longe de ser uma fórmula, resposta ou manual de conduta sobre “como lidar com os nossos sentimentos, ações, causas e consequências”. Está mais para referências de como culturas mais ancestrais, como a Ayurveda, por exemplo, enxerga as doenças: tentando tratar a causa dos problemas. Ou como a algumas vertentes da psicanálise propõe: encontrar o que nos faz sofrer. E claro, isso tudo é o resumo do resumo, uma breve – e complexa – reflexão, mas que parte de um vasto universo de pensamentos sobre as causas e consequências.
ONDE TUDO COMEÇA: A CAUSA
A causa, de acordo com os dicionários, é o que faz com que uma coisa “seja, exista ou aconteça”. É o motivo pelo qual algo está acontecendo. Podemos trocar a palavra por: “em razão de”, “graças a” e tantos outros. Também é dada como uma justificativa, desculpa, fundamentação ou pretexto para que algo possa ser explicado.
Pode ser o ponta pé inicial para um problema ou um conjunto de fatores que determine algum hábito, que pode ser bom, ruim ou as duas coisas ao mesmo tempo. É através de uma causa que chegamos a algum lugar, que vivemos algo, que encontramos a temida – ou necessária – consequência.
ONDE TUDO PARECE QUE TERMINA: A CONSEQUÊNCIA
Esta é o resultado da anterior, uma consequência é o final de um processo iniciado lá na causa. Mas não precisa ser tão direto assim. Pode ser um conjunto deles, pode aparecer aos poucos, pode estar ainda distante. E não necessariamente é algo ruim, o importante é entender que tudo que é feito tem uma consequência – mensurável ou não. E que nem tudo está dividido entre o bem e o mal.
É muito visto pela relação de ação e reação (causas e consequências), aquela ideia de que tudo que vai volta. Mas não precisa pensar de forma tão subjetiva ou espiritual. Aqui mesmo, nesse plano, de forma concreta, uma certeza é que as ações geram outras. Pode ser um simples “oi” que gera um outro “oi” ou pode ser um hábito alimentar constante de fastfood que geram problemas nutricionais.
SOBRE O QUE SENTIMOS
Os sintomas, o que estamos sentindo, podem ser encarados como consequências de algo. Não necessariamente existe uma definição universal para o que é o sintoma. A medicina diz algo, a psicanálise tem outro foco e filósofos trazem muitas outras reflexões. O que acontece é que todas passam pelo ponto de que os sintomas estão representando algo: um acontecimento do agora e/ou do passado e/ou do futuro. E claro, sujeitos a milhões de interpretações possíveis.
Quando você sente dor de cabeça, por exemplo, este é o sintoma. Mas qual o real problema? Investigar esse fato é um dos caminhos propostos para uma vida mais saudável e segura. E também não se pode definir o que cada sintoma quer dizer exatamente, são variáveis e destoantes em cada um dos seres. Estar triste para um pode ser diferente do que para o outro. O ponto é: por que estamos tristes, ambos? Quais as causas dessa consequência?
O SOFRER
E então, chegamos no sofrimento. Sofrer é um dos fatores da existência humana. É comum a todos e estamos sujeitos a passar por ele em qualquer momento. Não necessariamente da mesma forma, e nem sempre tão forte que se transforme em uma doença. Um sofrimento demasiado pode causar transtornos psíquicos, mas não é uma verdade absoluta e não há relação direta.
Christian Dunker, psicanalista e youtuber (uma das referências sobre o assunto na internet), tem um livro e um vídeo falando sobre o mal estar, o sofrimento e o sintoma. Para ele, o sofrimento faz parte de uma narrativa que se estabelece, muda, transforma e conecta (assista aqui).
QUANDO A CONTA CHEGA
E claro, uma hora tudo bate na nossa porta. É o famoso “deixa pra depois que a gente vê como faz”. Essas são as consequência, os sintomas e fazem parte de uma amplitude de sofrimento. Calma, não é para se culpar e viver alucinadamente fazendo tudo “certo”. A reflexão é sobre o quanto estamos preocupados com o nosso presente, sobre o quanto de equilíbrio estamos tendo ems nossas ações.
De forma prática, talvez possamos trazer à tona o autocuidado, prevenção médica, boa alimentação e terapias integrativas para, assim, não esperar a contar chegar, lidar um pouco antes com o nosso bem-estar. O neurologista Fabiano Moulin tem um vídeo em que faz uma analogia sobre de gastos financeiros e saúde mental, aqui nesse vídeo, e vale muito a pena assistir.
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Conclusões? Ideias? Opiniões? Deixe nos comentários o que você achou sobre este breve pensamento sobre as causas e consequências.