Quando uma pessoa precisa evitar o glúten seja por doença, dieta ou estilo de vida, a primeira coisa que se pensa é: e agora? O que eu vou usar para substituir a farinha de trigo?
Para responder a essa pergunta, primeiro precisamos entender o que é o glúten e quais as suas funções. O glúten é uma proteína presente no trigo, cevada e centeio. Ele se forma quando duas outras proteínas, gliadina e glutenina, se juntam na presença de água. Diversos fatores alteram o seu comportamento: um tempo prolongado de contato entres essas proteínas e a água forma mais glúten, a gordura inibe a formação do glúten, a manipulação ativa a formação do glúten e por aí vai. É o glúten que confere duas das características mais importantes de produtos de confeitaria e panificação: plasticidade e elasticidade.
A plasticidade se refere à capacidade de moldar um pão, biscoito, massa de torta do jeito desejado. E a elasticidade é o que se refere à capacidade dessa proteína formar cadeias que irão reter o gás e fazer uma massa de pão/bolo etc crescer, ficar fofinha e manter seu formato após assado. É nessa rede de glúten que também fica retida a água/umidade do produto. E é ele que cola os ingredientes todos juntos.
Entendendo isso já nos faz ter uma idéia de porque produtos sem glúten são associados a um produto seco, quebradiço, denso e borrachudo. Mas isso não precisa ser assim.
Vamos primeiro ver quais as farinhas seguras para os que devem evitar glúten.
Arroz: forma a base da maioria dos mix de farinha, pois seu gosto é bem neutro. No entanto se usada pura vai conferir uma textura granulosa à massa. Nas versões branca e integral.
Milho
Trigo Sarraceno: apesar do nome não tem parentesco com o trigo.
Leguminosas: feijão, fava, soja e grão de bico – possuem um teor proteico bem maior, e por isso são usadas no mix para fazer pães, massas e outros produtos que precisa de mais estrutura. A desvantagem é seu sabor pronunciado.
Oleaginosas: nozes, amêndoas, castanha de caju… São excelentes pois além de terem um certo teor de proteína conferem sabor agradável. No entanto tem alto teor de gordura, o que pode deixar a massa “pesada”.
Quinoa, Amaranto – também possuem maior teor de proteínas mas com sabor pronunciado.
Além das farinhas outros produtos são utilizados no mix na substituição ao glúten.
Amidos: agem como espessantes e ajudam a segurar a massa. Os mais utilizados são o amido de milho, a fécula de mandioca (tapioca) e a fécula de batata.
Gomas: ajudam a conferir elasticidade ao produto final. As mais utilizadas são goma xantana e goma guar.
O importante é entender que não existe mix perfeito, que substitua grama por grama a farinha de trigo. Às vezes é necessário ter mais proteína, às vezes mais amido. Mas de uma maneira geral uma proporção de 1:1 de farinha de arroz:amido é a mais utilizada e atende uma boa parte das receitas da confeitaria. Atualmente existem mix prontos- eles são mais práticos, mas geralmente mais caros e difíceis de serem encontrados (no entanto podem ser utilizados nas receitas que pedem FARINHA SEM GLÚTEN)
Veja como é fácil fazer seu próprio mix de farinha sem glúten!
Por Mariana Muniz
Ingredientes
340g FARINHA DE ARROZ BRANCO
160g FARINHA DE ARROZ INTEGRAL
300g AMIDO DE MILHO
150g FÉCULA DE MANDIOCA
50g FÉCULA DE BATATA
Modo de Preparo
Misture tudo e guarde num recipiente hermético.
DICA: Deixe para adicionar as gomas nas receitas individuais.